Muricí é um município brasileiro, localizado na Zona da Mata Alagoana, com uma população estimada de 25.964 habitentes. Está a uma distancia de aproximadamente 44 km da capital Maceió.
A primeira hipótese: é aquela que encontramos na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros: ” No início do século XIX já existia o povoado de Murici (…) é considerado fundador de Murici o monge frei Domingos”. “A sombra de um muricizeiro bravo que segundo a lenda, fora plantando por um monge, em 1810, paravam os viajantes, almocreves e ciganos, para descansar e mostrar seus produtos. Recuperadas as forças, partiam em busca de outras povoações, Veio dai o nome que se estendeu ao local, vila e depois cidade”.
A segunda hipótese: veio do manuscrito Topographia de 1988 nos apresenta outras duas hipóteses sobre a origem do nome Murici. Informa-nos como era o lugar onde depois surgia a cidade. “Havia nesse lugar muitas árvores chamadas “muricy” – onde se reuniam grande quantidade de (…) animais que iam comer daqueles frutos e de outros. Os caçadores ali iam esperá-los e para indicar o lugar afluente dos animais, começaram a rezar do nome da árvore muricy”. Como sempre demoravam-se dias em tais caçadas, fizeram ranchos para neles se abrigarem do tempo junto ao delicioso Rio Mundaú, que naquele tempo era muito estreito, tanto que as árvores encostavam os seus ramos de uma margem a outra. “A cobiça da fertilidade do terreno foi chamando a atenção de muitos que foram fazer seus roçados e casas, e assim foi progredindo, de tal sorte que passoua povoação, depois a freguesia e ultimamente á vila”. O Povoado que se formou comerçou a servir como ponto de trânsito para a vila da imperatriz. Segundo este conto, Murici ganhou o seu nome da presença abundante de muricizeiros. O lugar foi escolhido originamente pela presença de caça e terra fértil.
A terceira hipótese: também foi encontrada na Topographia de 1988, Encontramos uma explicação de como se originou o nome de nossa cidade: ” A origem do título desta vila – Murici – não está bem assentada se tirado das árvores deste nome que se dizia existirem no solo”. Segundo esse autor Murici, Recebeu o seu nome “do riacho do Muricy, que tendo sua nascente no rio Timbó, e a sua foz no rio Mundaú, um quilômetro mais ou menos da vila, e o que mais próximo está dela e consequentemente pode-se muito bem supor ter vindo dele o nome do lugar”. A senhora Joaquina Barbosa de Melo, em 1988, tinha mais de 80 anos. Era bisneta do dono de um sítio em Murici, mas “nunca ouviu os seus avós tratarem de Murici nas margens do Mundaú”. Na minha opinião, antes do frei Domingos já havia uma comunidade. como se vê, não satisfaz plenamente a opinião dos diversos historiadores e cronistas sobre a origem do nome da cidade. A origem certamente é de cunho popular, O que é certo é que o topônimo é ligado ao muricizeiro. O julgamento final fica a critério do leitor. Qualquer que seja a origem do nome Murici, pela lei do menor esforço, Murici foi seu primeiro nome. E ficou assim! Nas primeiras décadas do Século XIX, certamente que aqui moravam famílias num contexto social constituído de uma de uma burguesia nativa e colonial, composta de latifundiários e alguns comerciantes.
Distrito criado com a denominação de Muricí, pela lei provincial nº 382, de 27 de Julho de 1861. Elevado à categoria de vila com a denominação de Muricí, pela lei provincial nº 626, de 16 de Março de 1872, desmembrado de Imperatriz (mais tarde União). Sede no antiga povoação de Muricí. Constituído do distrito sede. Instalado em 3 de Junho de 1872. Elevado à condição de cidade com a denominação de Muricí, pela lei estadual nº 15, de 16 de Maio de 1892. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão administrativa referente ao ano de 1933. Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 2 distritos: Murici e Branquinha. Pela lei estadual nº 2435, de 30 de Novembro de 1938, é criado o distrito de Floriano e anexado ao município de Murici. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: Murici, Branquinha e Floriano. Pelo decreto-lei estadual nº 2909, de 30 de Dezembro de 1943, o distrito de Floriano passou a denominar-se Messias. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Murici, Branquinha e Messias Floriano Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VI-1955. Pela lei estadual nº 2216, de 28 de Abril de 1960, o distrito de Messias deixa de pertencer ao município de Murici para ser anexado ao município de Flexeira. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Muricí e Branquinha. Pela lei estadual nº 2446, de 18 de Maio de 1962, desmembra do município de Murici o distrito de Branquinha. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007
Murici está localizada na Mesorregião do Leste Alagoano e na Microrregião Geográfica da Mata Alagoana, a 9º18’26”(S) e 35º55’55 ( W), é uma cidade de fácil acesso, tendo a BR 104 como sua principal rodovia , ocupa uma área de 424 km², sendo um dos maiores municípios de extensão territorial de Alagoas.
Murici é uma terra de solos ricos, com abundância de água. No município está localizada a maior área contínua de Mata Atlântica do Nordeste( com cavernas, cachoeiras, flora e fauna variadas), protegida por lei federal, denominada Estação Ecológica de Murici. E na serra do Ouro está localizada a Estação Experimental de pesquisa da cana-de-açucar, mantida pela Universidade Federal de Alagoas, que participa da Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do setor Sucro-Alcooleiro – RIDESA. Ainda assim, a economia rural é pobre e a população do campo vem diminuindo.
É possível contemplar a biodiversidade da flora e da fauna, compostas por plantas exóticas(bromélias e orquídeas) e animais como pacas, capivara, tatus e muitos pássaros, alguns não são achados em nenhum outro lugar do planeta, a não ser em Murici, podendo nela encontrar espécies raras como o menor lagarto da América do Sul. Para os praticantes de asa delta, o pico da Serra no Morro do Cruzeiro oferece aos esportistas uma excelente plataforma natural.
O município integra a bacia do Mundaú, de vertente atlântica, formador da laguna Mundaú, a segunda maior laguna em extensão do Estado. Infelizmente o Rio Mundaú é poluído, mas nem sempre ele foi assim, em muitos casos a vinhaça lançada pelas indústrias açucareiras, que causa a poluição no Rio Mundaú. A água suja usada no processo de lavagem de canas foi o maior responsável pelo declínio do Mundaú. Os agrotóxicos matam e debilitam muitas pessoas. Outro grande problema dessa região são os casos de shistosoma ou barriga d’água.
A agricultura tradicional de subsistência vem caindo, com a produção da batata doce, fava, feijão, milho e mandioca; da mesma forma caem as culturas comerciais da banana, laranja e manga. Pelo seu solo ser muito rico a agricultura é bastante difundida.
Como município da Zona da mata Alagoana, a agroindústria da cana-de-açúcar continua sendo uma das principais fontes econômicas de Murici, mesmo tendo perdido a Usina São Simeão, onde hoje funciona uma escola estadual. No município o números de pessoas que vivem do corte da cana ainda é elevado, muitos deles trabalham na Usina Laginha, em União dos Palmares.
A pecuária bovina é dominante, contemplada pelos pequenos planteis de ovinos e caprinos. É muito comum as pessoas criarem cabras nos quintais de suas próprias residências, o que poderíamos dizer ser uma pecuária de subsistência.
Um esforço do poder local é atrair novas empresas através do NÚCLEO INDUSTRIAL DE MURICI, localizada às margens da BR 104, ocupando uma área de 150.000 m², com capacidade para receber 38 empresas.
Suas altitudes máximas são encontradas nas serras do Cuscuz, Cajazeiras, Porto Velho, Cocal e da Palha. O município tem relevo intensamente dissecado e rampeado para o litoral.
Geologicamente Murici está situado sobre as rochas do embasamento que compõe o Maciço Pernambuco-Alagoas e tem como principais recursos minerais os granitos ( aproveitados artesanalmente como paralelepípedos) e argila (caulim).
Localiza-se sobre os terrenos cristalinos da Encosta Ocidental do Planalto da Borborema. A ação da erosão fluvial e do intemperismo químico que atuam na área, propiciam o aparecimento de encostas convexas e cristas aguçadas, características da dissecação diferencial.