Santa Luzia é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 15º25’46” sul e a uma longitude 39º20’03” oeste, estando a uma altitude de 195 metros. Sua população estimada em 2004 era de 13.084 habitantes, . Possui uma área de 788,157 km². No início do século XX, a busca de areias monazíticas levou aos diamantes do Salobro,a maior exploração diamantífera no sul da Bahia, cenário do romance do médico e escritor Afrânio Peixoto. Essa exploração diamantífera, juntamente com a expansão agrícola fortaleceu o povoado de Jacarandá às margens do rio Pardo, lugar que teve seu declínio a partir de uma enchente calamitosa em 1914. Posteriormente, surgiria um povoado em local próximo ao anterior, que recebeu o nome de “Arriba Saia” (atual município de Santa Luzia), porque ali havia muita lama e as mulheres precisavam levantar as saias para andar no lamaçal.
Às margens da BA-270 e a 13 quilômetros da BR-101 está Santa Luzia, o mais novo dos municípios da Costa do Cacau. A localidade abriga cavernas, rios, cachoeiras, poços, lagoas e paredões de rocha. No início do século XX, a busca por areias monazíticas levou aos diamantes do Salobro, a maior exploração diamantífera no sul da Bahia. É nesta formação (lembra a Chapada Diamantina) que estão as atrações de Santa Luzia. O Parque Ecoturístico do Lapão abriga a Gruta do Lapão, uma das mais belas da região. O passeio é feito por trilhas de aproximadamente 3,5 quilômetros, cercadas de Mata Atlântica.
Fruto das riquezas e opulência dos diamantes, o Povoado de Jacarandá, às margens do Rio Pardo, tombado Sítio Histórico e patrimônio do município, conserva construções coloniais, como a igreja de Nossa Senhora do Rosário, que abre a uma vista privilegiada da cidade, no alto de uma colina. No início do século XX, a busca de areias monazíticas levou aos diamantes do Salobro, a maior exploração diamantífera no sul da Bahia, cenário do romance do médico e escritor Afrânio Peixoto. Essa exploração diamantífera, juntamente com a expansão agrícola fortaleceu o povoado de Jacarandá às margens do rio Pardo, lugar que teve seu declínio a partir de uma enchente calamitosa em 1914. Posteriormente, surgiria um povoado em local próximo ao anterior, que recebeu o nome de “Arriba Saia” (atual município de Santa Luzia), porque ali havia muita lama e as mulheres precisavam levantar as saias para andar no lamaçal.
RESGATE – A história de Santa Luzia, como município, se faz muito recente por conta da sua pouca idade, visto que sua emancipação se deu nos anos 80. Mas só um resgate histórico remonta referências que descreve sua importância para a região, considerando a saga que os primeiros colonos dessas terras viveram na formação das raízes de uma cultura ainda em construção na região. O município de Santa Luzia situa-se entre o Platô Costeiro da Cordilheira do Lapão, tendo como limite ao sul o município de Mascote no serpenteio do Córrego Verde, e ao norte os municípios de Arataca e Una tendo todo o vale da Bacia do rio São Pedro e seus afluentes. Ao Leste seu limite com Canavieiras no rio Doce da nascente à foz que daí parte em linha reta até o ponto mais alto da Serra da Onça limitando-se com o município de Camacã tendo como referência o ponto mais alto das Serras que dividem a Bacia do São Pedro com a Bacia do Panelão.
Essas referências de limites geográficos do município não existiam quando se espalharam inúmeros colonos pela região. Havendo registro como a visita do naturalista alemão Robert Avé-Lallemant que em dezembro de 1858, percorreu o rio Pardo até suas primeiras cachoeiras, ficando hospedado na Fazenda Paraíso em frente à Barra do Córrego Verde propriedade na época do coronel Augusto Frederico Vasconcelos de Souza Bahianna que ali havia se estabelecido numa sesmaria de uma légua quadrada de terras dedicando-se à exploração de madeira, o que representava na época a principal atividade econômica da região.
DIAMANTES – Já em 1876, Primo Feliciano Loureiro, legitimou sua posse à margem esquerda do rio Pardo, nas terras que fora batizada de Fazenda Boa Vista. Em virtude da localização e do porto, foi se formando naquelas terras um tímido aglomerado de casas que atendiam ao vai e vem dos primeiros colonos da região, principalmente os madeireiros e tropeiros. O povoado que se formou na Fazenda dos Loureiros passou a se chamar Boa Vista do Rio Pardo, mas popularmente como Jacarandá, em virtude da madeira mais encontrada boiando nas águas daquele porto, que descia em toros pelo rio até a Vila de Canavieiras. Em fins de 1881, Orígenes Cerqueira Santos ao transitar pelo Córrego Salobro, terminou encontrando os primeiros diamantes da jazida. Este fato que destacou a Vila de Canavieiras, facilitando a sua elevação para cidade em 1891 atraiu garimpeiros e aventureiros de toda parte, magnetizados pelas possibilidades de riquezas feitas da noite para o dia nas lavras do Salobro.
O povoamento da região se deu fortemente motivado pelo garimpo, surgindo em órbita do Córrego do Salobro, formando o Arraial do Triunfo e o da Cruz de Pia, abrigando pessoas de várias nacionalidades. Com a abertura da rodagem ligando Canavieiras a Vargito (hoje Camacan), esses povoados foram valorizados, elevando a antiga Arriba Saia à categoria de distrito por volta de 1953, forçando a transferência do Cartório de Registro Civil de Jacarandá para Arriba Saia, agora já batizada com o nome de Santa Luzia, que por conta da influência do então João Pedro de Deus, influente fazendeiro que tinha a Santa como sua, batizou o município com o nome da milagreira.
EMANCIPAÇÃO – O crescimento da produção de cacau na região e os ótimos preços alcançados pelo produto, estimularam a construção da estrada Mascote – Itabuna, pelo Instituto de Cacau da Bahia, atraindo diversas empresas para Santa Luzia que teve sua emancipação por força da lei estadual nº 4.443, de maio de 1985, elevando o distrito à categoria de município. A crise proporcionada pela Vassoura de Bruxa interferiu drasticamente no meio ambiente da região, atraindo desordenado comércio de madeira extrativista, afetando o equilíbrio da flora, fauna e abastecimento d’água do município. Nesta fase histórica Santa Luzia sediou a fundação da Sociedade Ambientalista da Lavoura Cacaueira (Salva), ong que promoveu uma série de debates e questionamentos sobre a importância do planejamento para o desenvolvimento sustentável da região, avaliando e gerando opinião pública através da educação ambiental, na busca das alternativas de atividades econômicas e culturais considerando a preservação do nosso patrimônio natural.
A Salva desenvolve ações que destaca Santa Luzia como município de forte apelo ecológico, chegando a ser tombado pela Unesco como “Sítio do Patrimônio Mundial Natural”, e baseado no projeto que vem trabalhando a formação do Parque Ecoturísmo do Lapão, incentivando aos proprietários de áreas que dispõe de recursos naturais e históricos relevantes, formatar suas fazendas para o ecoturismo e turismo rural. Essas iniciativas foram importantes para que o município passasse a ser zoneada pela Bahiatursa como Roteiro Ecoturístico da Costa do Cacau e, após os estudos da Fundação Getulio Vargas, e da Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos, Santa Luzia passou a fazer parte do pólo de Turismo Litoral Sul.