O Espírito Santo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na Região Sudeste e tem como limites o Oceano Atlântico a leste, a Bahia a norte, Minas Gerais a oeste e noroeste e o estado do Rio de Janeiro a sul, ocupando uma área de 46.077,519 km². Sua capital é o município de Vitória. Outras importantes cidades são Aracruz, Anchieta, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guarapari, Linhares, São Mateus, Serra, Viana e Vila Velha. O gentílico do estado é capixaba ou espírito-santense.
No Espírito Santo foram registrados nos últimos dois anos cerca de 50% das descobertas de óleo no Brasil. Desde o fim do monopólio da Petrobrás, foram apontados 41 blocos no Estado, sendo 8 blocos “off-shore” e 33 “on-shore”.Localiza-se em Presidente Kennedy, município do sul do Estado, a plataforma 36, que tem a maior capacidade de processamento de óleo do mundo. A expectativa, de acordo com dados da Petrobrás, é que o Espírito Santo se torne até 2010 o segundo maior produtor de hidrocarbonetos do país, chegando a uma produção de 30 milhões de m3 gás/dia e 500 mil barris de óleo/dia. Os 78 municípios do Espírito Santo estão agrupados em 12 Microrregiões Administrativas de Gestões e 4 Macro-regiões de Planejamento.
Essa divisão tem a finalidade de contribuir com a promoção de ações regionalizadas por parte do Governo do Estado, superando problemas de diferente natureza através de diferentes ações e soluções relacionadas com as peculiaridades e atividades de cada região, buscando um desenvolvimento regional integrado e sustentável.
O Estado conta com diversos museus e relíquias históricas como o Convento da Penha, localizado em Vila Velha, construído em 1570, o Museu de Anchieta que guarda peças do mais alto valor sacro e histórico, o Palácio Anchieta construído no século XVI, atual sede do Governo do Estado, o Teatro Carlos Gomes construído no início do século e museus ligados à cultura Teuto-Italiana que se localizam nas Cidades serranas.
Conta, ainda, com várias casas de cultura que expõem peças ligadas à história das Cidades e Igrejas que denotam a presença jesuítica no Norte do Estado.
A produção de panelas de barro e o artesanato de conchas de Piúma, produzindo colares, pulseiras, cinzeiros e enfeites de conchas e búzios, são o que há de mais típico no Espírito Santo. Em algumas praias, como a de Guarapari e Meaípe, podemos encontrar rendas de bilro e, em Aracruz, o artesanato indígena com enfeites e utensílios de uso doméstico de fibra vegetal.
A culinária capixaba mantém as tradições aprendidas com seus colonizadores e indígenas, aliadas à influência dos Estados vizinhos. Baseia-se no pescado sempre preparado em panelas de barro, características da região de Goiabeiras, ao norte da Ilha de Vitória. São tortas e moquecas, prato mais popular, além de muxá (feito com milho) e o mingau de folhas alternados com receitas de origem italiana e alemã, como a polenta, o anholini, o minestrone, a sopa pavesa, o chucrute, o brote e o caneloni, além das sírio-libanesas, como o charuto, o arroz com lentilhas, o tabule e o quibe. Têm o costume de comer banana-da-terra, com canela e açúcar e, nas serras, de beber vinho. Os doces são bem variados destacando-se o bolo de mandioca, fubá assado no forno, beijus de tapioca, doces de compota, e refrescos de fruta.
Cada região do Estado manifesta seu folclore de forma própria. No Norte, em Conceição da Barra e São Mateus, o Ticumbi, o Rei de Boi, o Congo e o Alardo e, na região serrana, as festas tradicionais dos imigrantes, sendo uma das principais o Festival de Imigração Alemã, ou Sommerfest, em Domingos Martins, que ocorre no final de janeiro e início de fevereiro e a Festa da Polenta, em Venda Nova do Imigrante; a de Corpus Christi em Castelo; as Festas de Nossa Senhora da Penha, os festejos de Santo Antônio, em 13 de junho, de São Pedro dos Pescadores, em 29 de junho, e de Nossa Senhora da Vitória, dia 8 de setembro, em Vitória; a Festa de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de outubro, o Alardo, no Natal ou nos dias 19 e 20 de janeiro, em Guarapari.
As rodovias mais importantes que cortam o Estado são a BR 101, que o liga às regiões Nordeste e Sul, e a BR 262, que liga Vitória a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Dentro desta caracterização está o complexo portuário capixaba, considerado um dos mais eficientes do país, operando com sete terminais: Vitória, Ubu, Capuaba, Tubarão, Praia Mole, Portocel e Regência.
A malha ferroviária estadual é constituída por trechos pertencentes à Estrada de Ferro Vitória-Minas e à Rede Ferroviária Federal S/A, hoje privatizada, controlada por um consórcio com a participação da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD. Esta liga o Espírito Santo à Região Centro-Oeste e integra o Corredor de Transportes Centro-Leste.
O Estado do Espírito Santo originou-se da criação de uma capitania doada a Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português que aportou na região a 23 de maio de 1535. Tratava-se de um domingo do Espírito Santo, razão pela qual a capitania recebeu esse nome. Os indígenas que habitavam a região apresentaram muita resistência ao processo colonizatório, recuando para a floresta e iniciando, a partir de então, uma luta de guerrilhas contra os portugueses, que se prolongaria até meados do século seguinte.
Além dos índios, os colonizadores tiveram ainda que enfrentar constantes incursões de piratas franceses, holandeses e ingleses na região. A partir do século XVII, com a criação dos primeiros engenhos de açúcar, o interior do Estado começou a ser povoado, desenvolvendo-se a atividade agrícola e o comércio. No início do século XVIII, porém, a economia local entrou em processo de estagnação e a capitania, até então subordinada à Bahia, foi reintegrada à Coroa.
Em 1810 adquiriu plena autonomia, passando a ser administrada por um Governador. Com a chegada de imigrantes suíços, alemães, holandeses e açorianos, a partir de 1823, a economia da região voltou a crescer. Embora os fazendeiros tenham se arruinado com o fim da escravatura, em 1888, a grande corrente de imigração liderada por italianos, que se manteve de 1892 a 1896, fez crescer a cultura do café, saneando as finanças do Estado e permitindo o seu desenvolvimento. Essa base agrícola histórica deu origem à denominação “capixaba”, dada às pessoas originárias do Estado do Espírito Santo, que, na língua indígena tupi, quer dizer terra boa para a lavoura.