As famílias: Alves Forte, Alves Queiroz, Alves de Oliveira, Alves de Carvalho, Alves Galvão, foram considerados como os coronéis da região (Quartiões, Assim eram chamados os coronéis da época). Estas famílias por volta de 1840 adquiriram da Fazenda Nacional (Governo), amplas áreas de terras (mata virgem), como todos que compravam quadras de campos ou léguas desmatariam para criação de gado e plantio de lavouras, o latifúndio era a regra e com ele em vista da escassa população, tinha-se em mira assegurar o domínio de tão vastos territórios, não só com trabalho como também com armas. Movidos pelos interesses e desejos de promoverem o desenvolvimento das pessoas no qual pareciam que já haviam fixado diversos moradores, dando os primeiros sinais de vida e progresso, os coronéis resolveram mandar medir as áreas dividindo-as em lotes de 4000 por 400 metros separados por travessões (cerca de madeira) as que se chamou mais tarde de linhas.
Esses senhores passavam procurações a seus filhos mais novos que administrariam as propriedades, como foi o caso de Antônio Alves Forte que com o falecimento de seu pai assumiu a fazenda, até hoje é a sede principal da região. Fazenda essa que se chama Poções. Ali casou – se com Maria Felicia de Jesus, os quais tiveram onze filhos, João Alves Forte, Antônio Alves Forte, Francisco Alves Forte, José Alves Forte, Joaquim Alves Forte, Messias Alves Forte, Perciliana Alves Forte, Maria Madalena Alves Forte, Maria Vitória Alves Forte, Ana Alves Forte e Eduardo Alves Forte, que dando continuação às tradições passadas pela família, com o falecimento de seu pai, em 1907, os irmãos ficaram reunidos na fazenda até se casarem, ficando por último Eduardo.
Conforme a tradição, os filhos mais novos assumiam a sede, assim aconteceu, Eduardo passou a ser o quartião da região (coronel), administrando os bens deixados pelos seus pais, que se casou com Ana Marques da Cruz filha de família tradicional em Minas Gerais, tiveram três filhos, Fleuripes, Orminda e Gorgônio Alves Forte, que mais tarde veio a ser líder político formando assim uma corrente de grandes líderes na área da agropecuária, que eram eles: Eduardo Alves Forte, Manoel Libânio (Pedro), Manoel Limíro, José Basilio Ribeiro, José Ferreira (Anésio), Joaquim Basílio, Juvenal Queiroz, Ovídio Basílio Ribeiro, Landinho Queiroz, Antônio Alves de Queiroz, Antônio Teodoro Toledo, Sebastião Martins, José Pedro da Costa; foram estes os primeiros moradores da região.
Em seguida chegou na região um senhor por nome Paulino Rosa que comprou do senhor Manoel Pedro uma pequena gleba de terra, que juntamente com o seu filho Inácio Rosa (Badico), construíram a primeira casa (em 29 de março de 1956) do povoado de Abadia de Goiás, hoje o município. Foi Badico também que colocou o primeiro comércio na sede do município, e o primeiro loteamento, logo em seguida foi chegando outros moradores, como o senhor Honoro e Chico da Mata, que construíram suas residências, em mais dois comércios.
Em seguida começaram novos loteamentos, como a Vila Goiany, do Sr. Manoel Pedro, Vila Nossa Senhora da Guia, de Gorgônio A. Forte, com a abertura dos loteamentos foram chegando novos moradores, formando uma pequena comunidade.
O povoado foi se desenvolvendo rapidamente e devido seu desenvolvimento o Badico teve a idéia de construir uma Igreja, despertando assim o interesse nos moradores, que organizaram e fizeram o primeiro festejo em 15/08/1960, as margens da Rodovia BR 060, formaram uma comissão, para a construção de uma Igreja. Manoel Pedro doou quarenta litros de terra (40.000 m²), Badico cinco litros (5.000m²), Gorgônio administrou a construção, os demais da população patrocinaram com recursos financeiros, a comissão era formada pelos seguintes nomes: Conselheiro – José Pedro da Costa, Pelagio Luciano Alvez, Manoel Limíro, Sebastião Ferreira de Oliveira, Joaquim Basílio, Sebastião Cândido Rios. Esta comissão foi formada em 20/07/1962. O segundo festejo realizou-se nesse mesmo ano no local da residência do Sr. Pedro Chico, após esse festejo foi chegado ao conhecimento de Don Fernando e do padre Nelso, vigário da paróquia de Campinas.
No dia 10/10/1962 o Engenheiro Orlando Fagundes de Queiroz loteou uma gleba de terra que conta de 8 (oito) quadras e 66 (sessenta e seis) lotes e uma quadra de 1.682,50m quadrados e uma área de viela ou estacionamento. O senhor Inácio Rosa (Badico), resolveu lotear suas terras para beneficiar o andamento da cidade. No dia Dez de Março de 1963, foi celebrada a benção da pedra fundamental, por fim Dom Fernando e pelo Padre Nelson Antônio. A inauguração da Igreja aconteceu no mês de Agosto com a chegada da Imagem de Nossa Senhora da Abadia no dia 15/08/1963 e com a celebração de uma grande festa que se tornou uma tradição para o povo de Abadia de Goiás. O primeiro posto de gasolina foi construído por Dorivaldo (Dori), que em seguida vendeu para Gorgonio (Nego Forte), que ampliou o posto e construiu uma churrascaria, Posto e Churascaria do Nego Forte, que até hoje permanece com tradicional nome. Gorgonio (Nego Forte), como já foi dito antes, era o líder político da região, lutava diuturnamente em busca de benefícios, ele não media esforços para conseguir seus ideais.
Em 1964, organizou um grande churrasco, que marcou com as presenças do presidente da CELG, Odilon Barbosa, o Senador Iris Resende, Deputado estadual na época, Mauro Borges, Governador da época, foi nesse dia que foi oficializado o primeiro pedido de energia elétrica para o povoado, que foi autorizado quase doze mil metros de rede de energia elétrica para Abadia de Goiás, mais infelizmente, veio à revolução, e nada pode ser feito, porque todo quadro administrativo do estado foi mudado.
Então, resolveram formar uma cooperativa (CETENTRIGO), o interesse não era só beneficiar Abadia de Goiás, como também, os Povoados de Cedro, Santa Maria, além da rede de energia, reivindicou junto a DITELGO Companhia de Telefônica, um posto telefônico para Abadia de Goiás, da linha que daria acesso de Guapó ao município de Aragoiânia, em troca deste posto ele doou 10 postes de Aroeira, para a devida rede, que dava acesso a Aragoiânia, mas Sr. Badico, interferiu e não deixou que o povoado fosse beneficiado.
Em Janeiro do ano de 1964 o Senhor Badico construiu um clube, para animar a cidade, o Clube do Badico como era chamado, media doze metros de frente e dezoito metros de fundo. No dia 12/12/1966 foi fundado a Irmandade do Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, pelo Padre da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida de Campinas- Goiânia, pelo Padre José Watteres. No ano de 1967 foi celebrada uma Santa missa pelos padres Clovis, Santiago e Padre Antônio e neste mesmo ano Abadia de Goiás recebeu a visita da Imagem Do Divino Pai Eterno, que ficou na Igreja por três dias com a realização de novenas efestas. No ano de 1968, foram crismados por Dom Fernando no dia 07/12/1968, 38 crianças catequizadas por Dona Salma Jorge Rosa. Nessa mesma época, despertou o interesse de se integrar na política, para isso formaram uma nova comissão juntamente com população para que fosse escolhido um nome para o primeiro representante direto do povoado, foi escolhido o nome (Nego Forte), que eleito nas eleições de 1970, em uma gestão de dois anos, em 1972, foi novamente eleito a vereador em uma gestão de quatro anos, Nego Forte, sempre foi grande líder político na região. Seguindo assim as mesmas tradições das famílias ali chegadas no século passado.
Após muita luta do Governador do Estado de Goiás na época o Dr. Irapuan Costa Júnior e o Prefeito de Goiânia o Senhor Francisco de Freitas Castro, a cidade de Abadia de Goiás no dia 10/08/1976, recebeu a energia elétrica. No dia 16/05/1982, foi inaugurado pelo governador Dr.Ary Valadão a linha de ônibus Goiânia à Abadia de Goiás em 1982, foi novamente eleito a vereador, como líder e representante desse povo, continuou sua luta em prol de benefícios, para o desenvolvimento do pequeno povoado, os quais chegaram em seguida como: O Posto Telefônico, Posto de Saúde, Escola de Primeiro Grau, Asfalto, Posto Policial, Água Tratada, Energia Elétrica e vários outros.
Em 29 setembro de 1987 com o acidente Radiológico ocorrido em Goiânia (CÉSIO 137) deu-se a vinda dos rejeitos ao povoado de Abadia de Goiás por imposição dos Governos Municipal e Estadual. Após a transferência criou-se pelo Decreto 666 de 05 de junho de 1990, assinado pelo Prefeito de Goiânia Nion Albernaz o Distrito de Abadia de Goiás, e em seguida o processo de Emancipação Política do referido Distrito, que ficou suspenso até meados de 1995. Retomado pelo pedido de desarquivamento da então deputada Estadual Daria Alves Rodrigues e formando uma comissão pro-emancipacionista composta pelos seguintes membros: Divino Alves dos Santos, Antomar Moreira dos Santos, Hildebrando Cardoso Lourenço, Gonçalo Fideles Soares Filho, Farmacêutico Jairo, Jose Cardoso Lourenço não tendo esta comissão um líder isolado foram como os lendários mosqueteiros, um por todos e todos por um, nascendo ai a idéia de independência política socioeconômica e administrativa, seguindo o exemplo, de tantos outros novos municípios, que na emancipação encontrou-se o caminho certo para o desenvolvimento.
Fonte: IBGE
Quando o povoado foi fundado, o primeiro nome idealizado foi Abadia dos Dourados, por estar próximo ao Ribeirão Dourados. Todavia, após várias discussões, foi sugerido Abadia de Goiás pelo Sr. Antonio Queiroz e acatado por todos presentes na época. O nome Abadia se deu em homenagem a uma santa, pois Inácio Rosa (Badico), um dos fundadores, após ter se submetido a uma cirurgia no Rio de Janeiro, fez uma promessa a Nossa Senhora da Abadia de construir uma capela em seu nome, por esse motivo o pequeno povoado foi também batizado com este nome.
Distrito criado com a denominação de Abadia de Goiás, pelo decreto nº 666, de 05-06-1990, subordinado ao município de Goiânia.
Elevado à categoria de município com a denominação de Abadia de Goiás, pela lei estadual nº 12799, de 27-12-1995, desmembrado de Goiânia, Aragoiânia, Guapó e Trindade. Sede no atual distrito de Abadia de Goiás. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997.
Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2010.