Nasceu subjugado pelo imperialismo europeu e que foi desde o princípio espoliado pelo capitalismo daqueles que se intitulam colonizadores, é um dos poucos estados brasileiros onde se identifica uma pureza cultural e uma fidelidade da terra na preservação das suas raízes. As raízes culturais mato-grossenses refletem as influências dos que aqui aportaram com o único objetivo de expansão de domínios territoriais e de se apossarem da matéria-prima, própria do seu subsolo e, imprescindível para garantir e sustentar o processo capitalista que já se desenvolvia no além mar.
O interesse imperialista e capitalista da nossa colonização, foram fincados nessa época os alicerces do processo cultural mato-grossense, que, além da influência européia, sintetiza uma mestiçagem de outros grupos étnicos, com o índio, dono por direito dessas terras, e o negro, agregado ao espaço geográfico por contingência do processo histórico da formação econômico-social brasileira.
A culinária da região é saborosa, desde o arroz carreteiro até a chipa paraguaia, passando pelo sarrabulho, locro, churrasco com mandioca, farofa de banana da terra, carne seca ao sol frita, cozida ou assada, paçoca de carne seca, peixes como: pintado, dourado, pacu e outros, caldo de piranha (afrodisíaco), sopa paraguaia e saltenha boliviana.
O artesanato regional pode ser visto e adquirido na Casa do Artesão de Campo Grande, mantida pela Secretaria de Cultura do Estado, ou em lojas comerciais de diversos municípios, como: Corumbá, Bonito, Rio Verde, Coxim, Lagoas, só para citar alguns.
O artesanato é composto por objetos confeccionados em fibras naturais como: salsaparrilha, taboca, urubamba, aguapé; em madeira da região como o jacarandá de Mato Grosso, principalmente em Três Lagoas e outras madeiras usadas na escultura como é o caso dos famosos bugrinhos, feitos inicialmente por Conceição dos Bugres e, posteriormente por membros de sua família; em tecelagem: faixas (que substituem os cintos), redes (em menor quantidade, ou sob encomendas).
Em argila o artesanato apresenta-se rico na representação da fauna pantaneira: figuras de inúmeros pássaros e todos os tipos de animais selvagens e domesticados. Uma das principais fontes produtoras desse artesanato é a Casa do Massa Barro, em Corumbá, porém nos demais municípios, artesãos independentes também produzem peças em argila, combinada com outros materiais como troncos de árvores, pedras e metal.
Em Bonito encontram-se objetos confeccionados em pedra e mármore. Ao lado desse artesanato popular, da cultura folclórica, pode-se encontrar o artesanato da cultura indígena dos Cadiwéu, representado pela cerâmica em desenhos geometrizados coloridos, Terena, pela cerâmica de cor avermelhada, Caiwá pela arte plumária e outros.
As danças folclóricas encontradas em Mato Grosso do Sul foram incorporadas através da convivência com migrantes e imigrantes, principalmente vindos de: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, norte de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e, de forma muito acentuada, do Paraguai. As danças: Caranguejo, Engenho Novo, Engenho de Maromba, Revirão, Sarandi, representam a região do Bolsão (nordeste do Estado); Catira de Camapuã e Campo Grande; Chupim, Polca de Carão e a brincadeira do Toro Candil são comuns nos municípios de fronteira com o Paraguai e Polca, Rasqueado, Chamamé, Xote, Mazurca e Vaneirão são apreciadas em todo o Estado; o Cururu e o Siriri são danças que representam a região do Pantanal.