Ferros é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, sua localização global está situada a 19°13’58 sul e 43°01’20 oeste. Sua população, segundo o Censo do IBGE em 2008 era de 11.615 habitantes. Está situada à aproximadamente 180 km da capital Belo Horizonte, no sentido centro-oeste (saída para Vitória), seguindo pelo percurso: BR 381, MG 434-129, BR120 – AMG.
Sob a denominação de Santana dos Ferros, surgiu um povoado em função das explorações de ouro e diamantes desenvolvidas às margens do rio Santo Antônio, no último quartel do século XVIII, tendo como fundadores Pedro Fernandes Alves e José Ferreira Santiago, que ali teriam se fixado com o objetivo de minerar. Segundo o historiador Waldemar Barbosa, o povoado, em fins do século XIX, prosperou em razão do incremento das atividades de lavoura e pecuária, sendo elevado à vila, com a criação, por lei de 1884, do Município, emancipando-se do município de Itabira. A elevação da Vila à categoria de Cidade ocorreu dois anos depois. O nome atual, tem data de 1923, e o topônimo decorre do processo de mineração antigamente adotado, que, para retirada do cascalho aurífero do fundo do rio Santo Antônio, compreendia o emprego de ganchos especiais de ferro. Os desbravadores, ao se espalharem pelas profundezas para abrir novas picadas, deixavam suas ferramentas guardadas e, na medida em que delas precisavam, recorriam ao depósito, dizendo: Vamos aos Ferros! Ao longo do tempo, Ferros incorporou a seu território um grande número de distritos. O município conserva prédios remanescentes de seus primeiros tempos, como as capelas de São José e Nossa Senhora do Rosário e o sobrado da Praça Monsenhor Alípio, que funcionou como Casa de Câmara e Cadeia, passando depois a Fórum e Coletoria.
Ferros possui uma área de 1090 km², a contar pela sede e pelos seis distritos que possui. Sua altitude máxima é 1260 m na Serra dos Cocais e a altitude mínima é 595 m na Foz Córrego do Lava. O clima é quente e úmido com inverno seco e verão chuvoso. A temperatura média anual é de 20°C, com temperaturas mais elevadas entre os meses de agosto a março, sendo a máxima 30°C e a mínima 10°C. O período com maior incidência de chuvas é de outubro a março, com média anual de 1200 mm. O município tem muitas serras, ramificação da cordilheira do Espinhaço: Santana, Rosário, Caçu, Ferreiros, Taquaral, Sapé, Cuité, Bolívia, Cocais, Cuminheiras e outras.
O solo em geral é fértil, com o tipo predominante latossolo roxo, tendo a seguinte composição:
O Município de Ferros apresenta 13,91% de sua superfície coberta por matas e florestas naturais, localizadas em encostas e topos de morros e 5,05% de área ocupada por reflorestamento e eucalipto.
Capivara, onça, macaco, lobo, guará, raposa, tatu, paca, veado, lontra.
A rede fluvial do município é densa, rica de pequenos e médios cursos de água, favorecendo assim a maior divisão de propriedades. O principal rio é o Santo Antônio, que corta a sede, e correndo para o leste, depois de um percurso de 283 km, vai despejar suas águas no Rio Doce. No município de Ferros, o rio Santo Antônio ainda recebe as águas do rio Tanque e rio do Peixe. Faz parte da bacia hidrográfica do rio Doce.
A cidade tem um arranjo urbano peculiar. Apresenta duas ruas principais, divididas pelo rio Santo Antônio. Segundo o historiador José Maria Quintão (1985), no início do povoamento, cada margem do rio era uma freguesia: a do Rosário e a de Santana, pertencente esta ao Morro do Pilar e a outra a Itabira. QUINTÃO estabelece duas razões possíveis para a separação: a difícil comunicação, por falta de uma ponte; e a rivalidade política entre os habitantes. Apesar de as casas terem surgido na mesma época, as do lado do Rosário eram em maior número e mais bem acabadas e até suntuosas do que as de Santana. Atualmente, a comunicação entre uma margem e outra do rio é feita principalmente por duas pontes – uma ponte pênsil e uma ponte de concreto.
Ferros é um município essencialmente agropecuário, com predominância da bovinocultura de leite. Possui um plantel de 31.856 cabeças, apresentando uma produção anual de leite de 4.578 milhões de litros, sendo 85% comercializados fora do município e 15% utilizados no próprio município, consumo do leite e derivados. Pode-se destacar o cultivo do milho e do feijão como principais produtos cultivados no município. Há, contudo, grande preocupação em incentivar o produtor rural, pois as dificuldades naturais – relevo acidentado, deficiência viária – e as difuculdades econômicas estão desestimulando a produção agrícola. As pequenas indústrias existentes atendem basicamente ao mercado local, sendo a maioria situada na sede do município. Grande parte dos produtos é artesanal, utilizando-se mão-de-obra local. A cidade vive também de pequenos comércios.
A produção agrícola do município é comercializada, quase totalmente, no próprio município. Na sede funciona uma feira livre, semanal, onde há venda de hortifrutigranjeiros e produtos da indústria caseira, em geral provenientes da zona rural. É muito comum a venda de produtos entre os próprios moradores da zona rural.
O município de Ferros possui um Centro Cultural em homenagem ao escritor ferrense Roberto Drummond. O Centro Cultural Roberto Drummond dispõe de um auditório com capacidade para 110 pessoas, biblioteca, uma sala de artesanato – onde ministram-se diversos cursos -, e uma cafeteria. O espaço oferece oficinas, debates e espetáculos de teatro, dança e música. Em geral, Ferros destaca-se no sentido de valorizar sua origem, dando ênfase ao folclore local e também regional, em acontecimentos culturais anuais. A cidade possui grupos folclóricos organizados que se apresentam em festas típicas do município e em municípios vizinhos:
Grupo Fazenda da Bolívia
Grupo Esmeraldas de Ferros
Grupo Córrego do Meio
Grupo de Ferros
Grupo de Borba Gato
Grupo de Cubas
Grupo de Ferros (Participação popular)
Grupo de Santo Antônio da Fortaleza
Grupo de Ferros
A Festa do Rosário, mistura de religião e folclore, realizada na Sede do Município, em outubro, geralmente coincidindo com o feriado de Nossa Senhora Aparecida, dia 12, atrai grande número de pessoas que têm várias opções de Lazer, além dos atrativos religiosos. A representação folclórica do Reinado, apresentação de grupos de marujeiros, batuqueiras, boi andá, e outros, fazem da Festa do Rosário de Ferros importante atrativo turístico para o município e uma grande oportunidade para rever os parentes e amigos. Todos os distritos, com exceção de Borba Gato, realizam Festas do Rosário em datas variadas durante o ano. Borba Gato concentra suas festividades na Festa do Divino e Festa de São Sebastião, que ocorrem em janeiro e julho, respectivamente.
A Festa de Santana é comemorada anualmente no dia 26 de julho, dia da Padroeira, e compõe-se de uma parte religiosa, com novenas, missas solenes, procissões e uma parte com apresentações de grupos folclóricos e Banda de Música. Trata-se de uma festa tradicional em homenagem à Padroreira do Município de Ferros. Diz uma lenda que a imagem da Santa foi pescada casualmente no fundo das águas, por um garimpeiro que mergulhou a sua bateia nas águas do rio Santo Antônio, trazendo-a à tona. Recolhida a imagem, Santana foi tomada como Padroeira de Ferros. A Festa de Santana acontece nas ruas do município e na Igreja Matriz de Santana.
A Cavalgada de Ferros é realizada em data móvel, próximo à data de comemoração do aniversário do município – 23 de setembro – no Parque de Exposições Agropecuárias Dr. Ademar Gonçalves Moreira. A festa é constituída por várias atrações como: espetáculos pirotécnicos, rodeios, provas funcionais, shows musicais, concurso de montaria e desfile de cavalos de várias raças.
A Festa do Peão Boiadeiro é realizada anualmente em data móvel, próximo ao dia 1º de maio, em homenagem aos trabalhadores, no Parque de Exposições Agropecuárias Dr. Ademar Gonçalves Moreira. Sua origem está vinculada à necessidade de valorização e divulgação dos animais do município de Ferros e região.
Pontos turísticos:
Uma grande rocha na serra da cidade que se assemelha ao rosto de Jesus Cristo em perfil faz um dos mais bonitos cartões postais da cidade. De lá, é possível ver praticamente toda a cidade. Até o topo do Pedrão, gasta-se em média 30 minutos de caminhada, e os turistas geralmente aproveitam a paisagem para fazer piquenique.
É no final da Rua José Cirilo Nicácio que se encontra uma grande cruz de madeira, contornada por lâmpadas. Como a rua é uma ladeira, e à noite as luzes se acendem, do centro da cidade vê-se um lindo cartão postal.
Próxima à residência do ex-prefeito José Virgílio, à rua José Caetano de Souza, encontra-se uma bela praia, uma das preferidas pelos turistas, principalmente durante os eventos anuais do município.
Em um local onde a paisagem se enfeita por palmeiras está uma praia, no final do Bairro Sentinela. Porém, recomenda-se cuidado ao banhar-se no rio, devido a quantidade de pedras e “tombos de areia” no local.
Uma das primeiras fazendas do município, que se encontra ao lado oposto da Sentinela. A fazenda, de propriedade de Maria Inês, encontra-se no final do Bairro Santa Rita de Cássia.
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