Leopoldina é um município brasileiro do Estado de Minas Gerais, situada na Zona da Mata Mineira. Sua população estimada em 2006 era de 52.798 habitantes.
O topônimo é uma homenagem à segunda filha de Dom Pedro II.
O município é formado pelos seguintes distritos: Tebas, Piacatuba, Abaíba, Providência, Ribeiro Junqueira e São Martinho, sendo o mais extenso município da Microrregião de Cataguases. A sede dista por rodovia 322 km da capital Belo Horizonte, 96 km de Juiz de Fora,100 Km de Carangola e 245 km do Rio de Janeiro.
A altitude da sede é de 225 m, e o ponto culminante do município possui altitude de 712 m. A maior parte do município tem topografia que varia de ondulada a montanhosa. O clima é do tipo tropical com chuvas durante o verão e temperatura média anual em torno de 23,5°C, com variações entre 18°C (média das mínimas) e 31°C (média das máximas). (ALMG)
As terras de Leopoldina estão totalmente inseridas na bacia do rio Paraíba do Sul. Os principais rios que banham o município são o Pirapetinga e o Pomba, ambos afluentes do Paraíba do Sul, e os rios Pardo e Novo, afluentes do Pomba.
Dados do Censo – 2000
População Total: 50.097
(Fonte: AMM)
Densidade demográfica (hab./km²): 53,14
Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 22,0
Expectativa de vida (anos): 72,3
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,0
Taxa de Alfabetização: 86,7%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,778
(Fonte: PNUD/2000)
Leopoldina tem a indústria e o setor de serviços como principais atividades econômicas, os quais representam, respectivamente, 29% e 62% do PIB do município. Na indústria, destacam-se a fabricação de têxteis, artigos de vestuário, alimentos e bebidas, produtos de metal, artigos de borracha e plástico e minerais não-metálicos.
A agropecuária tem participação de 9% no PIB, destacando-se a pecuária leiteira e a criação de galináceos e suínos. O município também produz milho, arroz, banana, cana-de-açúcar, entre outros (ALMG).
O território de Leopoldina é cortado por importantes rodovias federais, como a BR-116/Rio-Bahia e a BR-267 e possui também um aeroporto, situado no distrito de Piacatuba.
Os principais órgãos de imprensa da cidade são os jornais Leopoldinense, Tribuna do Povo, Equipe, revista Hora H, Rádio-Jornal AM, Rádio 104 FM e Rádio Luz FM (comunitária). Atualmente, desenvolve-se no município o turismo ligado à natureza.
Leopoldina possui 41 estabelecimentos de saúde, dos quais 21 são públicos. Ao todo, o município dispõe de 252 leitos para internação (Fonte: IBGE/2005).
O município conta com 32 escolas de ensino fundamental, das quais 27 são públicas; 9 de ensino médio (6 públicas) e 2 de ensino superior (Fonte: IBGE/2006).
No centro da cidade, localiza-se o Museu Espaço dos Anjos, construção do século XIX onde viveu o poeta paraibano Augusto dos Anjos (1884–1914). No distrito de Piacatuba, encontra-se instalado o Museu da Eletricidade, próximo à Usina Maurício (1809). A cidade também possui bibliotecas, conservatório de música e associações culturais.
Na divisão territorial da Igreja Católica, Leopoldina é sede de diocese e seu padroeiro é São Sebastião.
Feriados municipais:
Festas populares:
Com a decadência da produção aurífera em fins do século XVIII, inúmeros mineiros abandonam as vilas do ouro em busca de terras férteis em outras regiões da capitania de Minas Gerais. Dirigiram-se principalmente para as áreas proibidas de colonização, então conhecidas como Sertões do Leste, uma extensa faixa de mata fechada e exuberante, que ia do Rio Paraibuna e do Caminho Novo até o Rio Doce. Mais tarde, essa região passou a se denominar Zona da Mata.
Inseridas nessa região, as terras do atual município de Leopoldina eram povoadas pelos índios puris. Os registros mais antigos de sesmarias ali doadas datam de 1813, época em que a região pertencia a Barbacena. Os primeiros desbravadores fixaram-se com suas famílias, originárias da região do ouro, às margens do córrego Feijão Cru, onde um pouso de tropeiros começou a se desenvolver. Há referências de moradores no local datadas de 1824. Em 1831 foi criado o distrito de São Sebastião do Feijão Cru, pertencente ao então município de São Manuel do Pomba, atual Rio Pomba. O distrito passou a freguesia, pertencente ao município de Mar de Espanha, do qual se emancipou pela Lei Provincial 666 de 27 de abril de 1854. Criava-se, então, o município de Vila Leopoldina. O nome era uma homenagem à segunda filha do imperador Dom Pedro II.
A cafeicultura desenvolvida na província do Rio de Janeiro atravessou o rio Paraíba do Sul e, penetrando na Zona da Mata pelos vales dos rios Paraibuna, Pirapetinga e Pomba, foi a responsável pelo rápido crescimento da região na segunda metade do século XIX, notadamente de Leopoldina. A vila foi elevada a cidade pela Lei Provincial 1.116 de 16 de outubro de 1861. Por essa época, Leopoldina já contava com ensino de Latim e Francês. Em 1872, Leopoldina passou a ser sede de comarca, e seu crescimento foi impulsionado ainda mais pela construção da Estrada de Ferro Leopoldina, cujos trilhos alcançam a cidade em 1877. Pela ferrovia, realizava-se o comércio com o Rio de Janeiro. A Zona da Mata se colocava cada vez mais sob influência dos políticos eleitos para representá-la na capital do Império do que na capital da província.
O município chegou a apresentar no século XIX a maior população de escravos de Minas Gerais. Entre a última década do século XIX e na primeira do século XX, Leopoldina recebe a chegada de imigrantes europeus, destinados ao trabalho nas roças de café. Na cidade, funcionou uma hospedaria de imigrantes até 1898, sendo criada em 1910, no distrito de Tebas, a Colônia Constança [1] para imigrantes, principalmente italianos. O ano de 1908 foi marcado em Leopoldina pela chegada da energia elétrica à cidade e região.
A crise do café no início do século XX, entretanto, provocou sérios abalos na economia da Zona da Mata e do município, que passou a se apoiar na pecuária leiteira.