O Rio Grande do Sul é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localizado na Região Sul, possui como limites o estado de Santa Catarina ao norte, o oceano Atlântico ao leste, o Uruguai ao sul, e a Argentina a oeste, sua capital é o município de Porto Alegre.
É o estado mais meridional do país, conta com o quarto maior PIB – superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais -, o quinto mais populoso e o quinto índice de desenvolvimento humano (IDH) mais elevado.
O estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil do país. Sua população é em grande parte formada por descendentes de índios, portugueses, alemães, italianos, africanos.
Em certas regiões do estado, como a Serra Gaúcha e a região rural da metade sul, ainda é possível ouvir dialetos da língua italiana (talian) e do alemão (Hunsrückisch, Plattdeutsch).
Da mistura de imigrantes italianos e alemães, e das tradições dos Pampas, na fronteira com a República do Uruguai e da Argentina, nasce o gaúcho, com o chimarrão, o churrasco, os trajes típicos formados pela bombacha (calças folgadas presas ao tornozelo), poncho e lenço no pescoço e com o idioma fortemente influenciado pelo linguajar portenho. As danças gaúchas são marcadas pelo espírito de fidalguia, de respeito à mulher e apresentam bastante teatralidade. A mais típica representação tradicional do Rio Grande do Sul, no campo das danças, é o Fandango, chamado de Chimarrita na região, além do Bambaquerê (espécie de quadrilha), e Congada (auto popular), a Jardineira (dança figurada e cantada, de pares soltos) e a Quebra-Mana (dança sapateada e valsada). As senhoritas, chamadas “prendas” usam trajes especiais em danças e festas folclóricas. Nas zonas de colonização alemã, realizam-se os Kerbs (bailes populares que duram, em geral, três dias).
Na culinária o prato principal é o churrasco, acompanhado do típico chimarrão, que quer dizer selvagem, uma alusão ao gado sem marcação que pastava pelos campos. O vinho e o conhaque de maçã são outras das bebidas preferidas dos gaúchos.
O Rio Grande do Sul é um estado com vastas opções de turismo. O estado recebe anualmente cerca de 2,0 milhões de turistas de fora do país. As praias do litoral norte nas cidade de Capão da Canoa, Tramandaí e Torres são as mais conhecidas no estado, esta última apresentando falésias. São três pedras que ficam na beira do mar, sendo que uma delas avança mar a dentro em uma altura de 30 metros.
As serras atraem milhares de turistas todos os anos, no inverno e verão. As cidades de Gramado e Canela são conhecidas na época de Natal pela decoração das cidades, juntamente com os parques natalinos. No inverno, os turistas visitam essas cidades juntamente com São José dos Ausentes e Cambará do Sul, devido às temperaturas baixas, muitas vezes negativas e com a possibilidade de queda de neve, para a felicidade dos turistas.
Nas mesmas se encontram os cânions de Itaimbezinho e da Fortaleza, os quais são dos maiores do Brasil. Em Gramado acontece o Festival de Cinema. Na conhecida como “Pequena Itália”, em que se localizam as cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi, pode-se encontrar as melhores vinícolas do Brasil. Ainda a oeste, se encontram as Missões Jesuíticas, nas cidade de São Miguel das Missões e arredores.
Embora com menor destaque turístico, a região de Pelotas, reconhecida por ser o município brasileiro do doce e por possuir grandes monumentos e prédios tradicionais e seculares, vem alcançando destaque com a festa anual denominada Fenadoce.
O sistema rodoviário é responsável pela maior parte da carga transportada e pela quase totalidade do transporte de passageiros no Rio Grande do Sul. O estado possui 153.960 km de rodovias, sob jurisdição nacional, estadual ou municipal.
A malha nacional estrutura a rede de transporte com rodovias longitudinais, diagonais, transversais e de ligação. As principais rodovias são:
BR-101
Segue no sentido Norte – Sul por praticamente todo o litoral leste brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Tem dois trechos não construídos entre Peruíbe (SP) e Iguape (SP), e entre Cananéia (SP) e Garuva (SC). Encontra-se em duplicação entre Palhoça (SC) e Osório (RS).
BR-386
A BR-386 é uma rodovia federal brasileira que liga a região metropolitana de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, com o município de Iraí, a noroeste do estado.
Em 19 de dezembro de 2007, através da Lei Nº 11.620, o Presidente Lula denominou esta rodovia, que até então era chamada pelos populares de “rodovia Tabaí”, de “rodovia Governador Leonel de Moura Brizola”.
BR-158
Seu ponto inicial localiza-se entre as rodovias BR-230 e PA-415 no município de Altamira no estado do Pará. Passa depois pelos estados do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde encontra seu término na fronteira com o Uruguai, no município de Santana do Livramento.
No trecho em que a rodovia liga os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, utiliza-se da Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, com 2.600 metros de extensão.
Curiosamente, ao contrário da maioria das rodovias longitudionais, ela não atravessa nenhuma capital brasileira.
BR-116
A BR-116 é a principal rodovia brasileira. É uma rodovia longitudinal que tem início na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará e término na cidade de Jaguarão, no estado do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
BR-290
BR-290 – Rodovia Osvaldo Aranha, é uma importante rodovia brasileira com 726 km de extensão, situada no estado do Rio Grande do Sul que atravessa o mesmo do litoral norte do estado em sentido oeste, até o município de Uruguaiana, na divisa com a Argentina. O trecho entre o inicio da rodovia, junto à BR-101 no município de Osório até a capital do estado, Porto Alegre, é conhecida como Free-way. Este trecho é pedagiado e apresenta trafego intenso, com três faixas de rodagem em cada sentido.
Existem vestígios arqueológicos que atestam a existência de grupos indígenas na região desde 12 mil anos a.C., entre os principais grupos destacamos os minuanos e os guaranis.
No século XVI, com a descoberta do Novo Mundo, o Rio Grande do Sul passou a fazer parte do reino espanhol pelo Tratado de Tordesilhas. Em 1627, jesuítas espanhóis criaram missões, próximas ao rio Uruguai, mas foram expulsos pelos portugueses, em 1680, quando a coroa portuguesa resolveu assumir seu domínio, fundando a Colônia do Sacramento. Os jesuítas espanhóis estabeleceram, em 1687, os Sete Povos das Missões. Em 1737, uma expedição militar portuguesa comandada pelo brigadeiro José da Silva Paes foi enviada para garantir aos lusitanos a posse de terras no Sul, objeto de disputa entre Portugal e Espanha. Para efetuar essa posse militarmente, José da Silva Paes construiu nesse mesmo ano um forte na barra da Lagoa dos Patos, que é a origem da atual cidade de Rio Grande, primeiro marco da colonização portuguesa no Rio Grande do Sul.
Em 1742, os colonizadores portugueses iniciaram uma vila que viria a ser Porto Alegre. As lutas pela posse das terras, entre portugueses e espanhóis, tiveram fim em 1801, quando os próprios sul-riograndenses dominaram os Sete Povos, incorporando-os ao seu território. Em 1807, a área foi elevada à categoria de capitania. O município de Viamão antecedeu Porto Alegre como sede do governo. Durante o período colonial a região foi palco de inúmeros conflitos entre hispano-americanos e luso-brasileiros.
Batalha dos Farrapos, óleo sobre tela de José Wasth Rodrigues.No século XIX, com a formação do Império do Brasil, a região seria elevada ao status de Província e teve grande importância nos conflitos entre o recém formado império e as jovens Repúblicas Platinas, iniciando pela Guerra da Cisplatina. Foi no Rio Grande do Sul onde deflagrou uma das mais significativas revoltas durante o Período Regencial, a Guerra dos Farrapos (1835-45), que perdurou até os primeiros anos do Segundo Reinado, sendo também um dos primeiros marcos na história, cultura e identidade da região. A província foi também importante na luta contra Rosas (1852) e na Guerra do Paraguai (1864-70). As disputas políticas locais voltaram a aflorar no início da República e só no governo de Getúlio Vargas (1928) o estado foi pacificado.
Grupos de alemães começaram a chegar a partir de 1824 e de italianos após 1875. O objetivo era ocupar o espaço do estado, afim de fortalecer as fronteiras, formar batalhões estrangeiros e fomentar a economia.
Em meados de 1880, o estado apresentava uma economia de caráter fundamentalmente agropecuário, dividida em duas matrizes socioeconômicas: a atividade ligada à pecuária e ao charque na região da Campanha (sul do estado) e a agricultura e o artesanato colonial na Serra (norte do estado).
Atualmente, o Rio Grande do Sul é uma das 27 unidades federativas do Brasil e continua como referência em economia agrícola, apesar da relevante industrialização.