Rondônia é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na região Norte e tem como limites os estados do Mato Grosso (a leste), Amazonas (ao norte), Acre (a oeste) e a República da Bolívia (a oeste e sul). O Estado possuí 52 municípios e ocupa uma área de 237.576,167 quilômetros quadrados, praticamente igual à da Romênia. Sua capital é a cidade de Porto Velho e seu atual governador é Ivo Cassol.
Com 1.503.928 habitantes (IBGE/2009), Rondônia é o 3º estado mais populoso e o mais denso da região Norte, sendo o 23º mais populoso do Brasil.
Rondônia é também o 3º estado mais rico da região Norte, responsável por 11% do PIB da região. Apesar de ser um estado jovem (criado em 1982), possui o 3º maior Índice de Desenvolvimento Humano, o 4º maior PIB per capita, a 2ª menor taxa de mortalidade infantil e a 3ª menor taxa de analfabetismo entre todos os estados das regiões Norte e Nordeste do país.
Sua população é uma das mais diversificadas do Brasil, composta principalmente de imigrantes oriundos de todas as regiões do país, dentre os quais destacam-se os paranaenses, paulistas, mineiros, gaúchos, capixabas, baianos e matogrossenses, cuja presença é marcante nas cidades do interior do estado, além de cearenses, maranhenses, amazonenses e acreanos, que fixaram-se na capital, preservando-se ainda os fortes traços amazônicos da população nativa nas cidades banhadas por grandes rios, sobretudo em Porto Velho e Guajará-Mirim, as duas cidades mais antigas do estado. A capital de Rondônia, Porto Velho, possui uma população de 379.186 habitantes, de acordo com estimativa do IBGE para 2008, sendo a 3ª maior capital da região Norte.
O relevo é suavemente ondulado; 94% do território encontra-se entre as altitudes de 100 e 600 metros. Madeira, Ji-Paraná, Guaporé e Mamoré são os rios principais.
O clima é equatorial e a economia se baseia na pecuária e na agricultura (café, cacau, arroz, mandioca, milho) e no extrativismo da madeira, de minérios e da borracha.
O Estado de Rondônia é uma miscigenação de brasileiros de outros Estados, principalmente do Nordeste, que chegaram na região para explorarem a borracha e atualmente, de todos, principalmente do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Essa migração causa problemas com a assistência médica, a educação e o abastecimento de energia, além de agravar os conflitos de terra entre índios, posseiros e garimpeiros.
A maior parte da população é urbana (64%) e do sexo masculino (51,3%).
52,2% são pardos, 45,5% brancos, 2,1% negros e 0,2% amarelos ou índios.
A grande maioria de suas Cidades se encontra às margens dos Rios Madeira e Guaporé. Rondônia tem a maior incidência de malária na Amazônia.
Rondônia conta com 19 terras indígenas e mais de 42 etnias, com uma população aproximada de 6.156 indivíduos, nos Municípios de Jaci-Paraná, Guajará-mirim, Ariquemes, Cacoal e Ji-Paraná.
Quanto ao vocabulário, as influências também são diversas: em algumas cidades é bastante comum o uso do “guri” gaúcho, e em outras o “piá” paranaense. Na zona rural, entre os mais velhos, é bem usado o “tchê” tipicamente gaúcho. Nas cidades, entre os jovens, até poucos anos era usado o “piseiro”, gíria local com o sentido de festa, bagunça. Ainda hoje, os jovens usam o termo local “pocar”, que na maioria das vezes passou de pai para filho, e que pode ter dois sentidos: sair, ir embora (“amanhã eu vou pocar para o Amazonas”) ou, quando dito “pocado”, pode significar quebrado (“o carro já está todo pocado”). Esse uso é menos comum, e “pocar” não pode significar quebrar; apenas “pocado” é quebrado.
Outra palavra local é “data”, no sentido de terreno. No dicionário, essa palavra tem como um dos seus vário significados “um terreno doado pelo Governo”. Em Rondônia, no entanto, “data” se refere a todos os terrenos. Há também o “caçar”, que quer dizer procurar (“eu estava caçando você ontem”, “ele estava mesmo caçando encrenca”).
Porto Velho é o maior polo turístico da região, possuindo boa infra-estrutura para receber turistas, com hotéis de qualidade e restaurantes variados. Nela pode-se ver o Museu da Estrada de Ferro, as Caixas d’Água Três Marias e o Museu Estadual e em torno do Rio Madeira: a Praia de Santo Antônio.
As Lagoas do Belmont e Cuniã, ou as Praias dos Periquitos e Areia Branca também são boas opções.
Outros Municípios estão investindo no turismo como Ji-Paraná, no turismo de eventos; Guajará Mirim no ecoturismo e turismo histórico-cultural, além da Área de Livre Comércio e Costa Marques, no ecoturismo e turismo histórico, representado pelo Forte Príncipe da Beira, além de desenvolver o Projeto de Quelônios da Amazônia.
A Ferrovia Madeira-Mamoré faz o turista voltar ao passado, além de ver uma linda paisagem fluvial.
O estado de Rondônia possui 24 mil quilômetros de rodovias, dos quais só 7% estão asfaltadas. A BR-364, totalmente pavimentada no trecho rondoniense, corta o estado da divisa com o Mato Grosso até a divisa com o Acre. É a principal via de escoamento da produção de grãos (sobretudo a soja) do sul de Rondônia e oeste do Mato Grosso até a cidade de Porto Velho, onde está instalado o porto graneleiro. A BR-421 foi projetada para ligar as cidades de Ariquemes a Guajará-Mirim, entretanto apenas o trecho de Ariquemes até Campo Novo de Rondônia encontra-se concluído e transitável, todo ele pavimentado. A BR-425, também pavimentada, liga o distrito de Abunã, no município de Porto Velho, a Nova Mamoré e Guajará-Mirim, nas margens dos rios Madeira e Mamoré, respectivamente. A BR-429, parcialmente pavimentada, liga os municípios de Presidente Médici, Alvorada d’Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé a Costa Marques, nas margens do rio Guaporé.
A principal ferrovia do estado, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ligava as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim. Foi construida em 1907 e concluida em 1912, para transportar a borracha oriunda da Bolívia e outros produtos, nas margens dos rios Madeira e Mamoré, em seu trecho repleto de cachoeiras e corredeiras. Foi desativada totalmente em 1972, com a construção das rodovias BR-364 e BR-425. Em 1981 foi reativado o trecho ligando a cidade de Porto Velho a cachoeira de Santo Antônio para fins turísticos; porém em 2001, a ferrovia foi paralisada novamente, devido ao desmoronamento de um trecho.
Os primeiros visitantes da região são Padres Missionários, no século XVI e no século XVIII. Com a descoberta de ouro em Goiás e Mato Grosso, aumenta o interesse pela região. Surgem, então os bandeirantes, que buscam riquezas minerais também nessa região e passam a explorar o Vale do Rio Guaporé.
Como suas terras pertencem à Espanha devido ao Tratado de Tordesilhas, de 1722 a 1747 várias negociações são feitas e se redefine a posse de cada País através dos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso. Portugal passa a ter o domínio da região e para defendê-la, em 1776, militares ocupam a área e fundam o Forte do Príncipe da Beira, junto ao Rio Guaporé, estimulando a implantação dos primeiros núcleos coloniais.
Um grande surto de colonização acontece com o auge do ciclo da borracha, no final do século XIX, quando muitos nordestinos migram para a área e se constrói a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em 1903, e faz-se a ligação telegráfica, estabelecida por Cândido Rondon.
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ligando Santo Antônio do Madeira a Vila Bela, na confluência do Beni-Mamoré, com 366 km de extensão, tem sua inauguração em 1912. Atrai imigrantes bolivianos, espanhóis e gregos, mas poucos serviços presta.
Porto Velho é elevada a Cidade em 1919.
Em 1943, os Municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim, ricos em borracha, cassiterita, pescado, castanha-do-pará, couros e peles silvestres, são desmembrados dos Estados do Amazonas e Mato Grosso e formam o Território Federal do Guaporé, com Capital em Porto Velho.
Passa a se chamar Rondônia em 1956, homenageando ao Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato Grosso e da Amazônia.
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré se incorpora, em 1957, à Rede Ferroviária Nacional S.A., e em 1966 é entregue ao Ministério do Exército para que, aos poucos, vá fazendo a substituição pela estrada de rodagem.
O Território só começa a se desenvolver por volta das décadas de 60 e 70, quando a política de incentivos fiscais e os grandes investimentos do Governo Federal estimulam a migração e os empresários se interessam em investir em agropecuária e na extração madeireira. Formam-se inúmeros aglomerados urbanos ao longo da BR-364, deslocando a importância econômica para esses Municípios. Ocorrem derrubadas e queimadas na floresta, mas como a infra-estrutura urbana era muito deficiente, a malária tornou-se comum. A população cresce quase oito vezes em duas décadas.
A ferrovia é desativada em 1972.
Com a grande quantidade de migrantes que chega devido à descoberta de cassiterita e ouro, o Território passa a ter problemas. A exploração é feita de forma predatória e com grande impacto ambiental. Causa a erosão do leito e das margens do Rio Madeira, contaminação das águas por mercúrio, poluição por óleo e sedimentação do canal navegável, chegando a comprometer a BR-425 que vai até Guajará-Mirim. No local são encontrados fósseis de mastodontes e tatu-gigante, entre outros. No final dos anos 70 e início dos 80 a migração aumenta com o objetivo do trabalho na agricultura. A malária já é suportada e, apesar das limitações tecnológicas, a produção agrícola cresce. Cresce, então, a necessidade de transformá-lo em Estado, o que ocorre em 1981.
A Ferrovia Madeira-Mamoré volta a funcionar em 1981, mas para fins turísticos apenas, num trecho entre Porto Velho e Santo Antônio.
Os migrantes continuam chegando ao Estado mas a economia já mostra sinais de declínio.
Em 1987, entra em litígio de terras com o Acre, na Ponta do Abunã, uma região de terras férteis e valiosas pedras de brita, chegando a ter intervenção do exército para garantir que o Governo do Acre acate um parecer do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que dá ganho de causa a Rondônia.
A economia é limitada à agropecuária e ao extrativismo vegetal e mineral, e a infra-estrutura urbana é deficiente.
Na década de 90, a floresta tem 30% de sua área devastada, há sérios problemas de corrupção político-administrativa, tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia e a Colômbia e de violência dos grandes proprietários contra colonos e posseiros e milhares de famílias que vivem na região aguardam a distribuição de terras pelo Incra.