Campo Novo do Parecis é um município do estado de Mato Grosso, na Região Centro-Oeste do Brasil. Localiza-se a uma latitude 13º40’31” sul e a uma longitude 57º53’31” oeste, estando a uma altitude de 572 metros. Sua população estimada em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é de 31 171 habitantes. Maior produtor nacional de girassol e pipoca, possui cerca de 42% do território destinado às safras de grãos. Possui uma área de 9 448,384 quilômetros quadrados.
A história do município de Campo Novo do Parecis, a princípio, se confunde com a história dos índios Paresi, seus primeiros habitantes conhecidos. As primeiras referências a este povo são do último quartel do século XVII, quando o bandeirante Antônio Pires de Campos, adentrando a região através do rio Sepotuba, atingiu um extenso chapadão, o qual denominou “Reino dos Parecis”.
Durante o período de exploração das minas de Cuiabá e Diamantino (século XVIII), as aldeias Paresi constituíram-se em pontos de provisão de mão de obra escrava, uma vez que eram considerados pacíficos e de “fácil trato”.
Durante o ciclo da borracha no estado de Mato Grosso (início do século XX), uma das regiões mais ricas em seringais eram os “sertões dos Parecis”. Os índios continuaram a ser explorados por seringueiros, que os aproveitaram como guias e, mais tarde, como mão de obra.
Em 1907, o então coronel Cândido Mariano da Silva Rondon passou pela região durante os trabalhos de instalação de linhas telegráficas a oeste de Cuiabá e, em busca do rio Juruena, atingiu o Rio Verde e seguiu para o norte em busca do Salto Utiariti. Rondon, vendo que os índios Paresi estavam sendo explorados na extração da seringa, convenceu-os a se instalarem próximo da linha telegráfica, treinou alguns deles na manutenção da rede e iniciou a construção de uma escola.
Em 1943, era criado, através da Lei Nº 545, de 26 de outubro, o distrito de Utiariti, pertencente ao município de Diamantino. A partir de 1946, Utiariti tornou-se um centro educacional dos grupos indígenas, sob a égide da Missão Anchieta. Na missão, os povos indígenas eram proibidos de falar sua língua e os casamentos entre as diferentes populações eram incentivados, como forma de forçar o abandono das línguas e culturas indígenas e a adoção da língua portuguesa e da cultura não índia.
Uma nova estrada, seguindo o itinerário da antiga linha telegráfica de Rondon, foi construída na década de 1960 e pavimentada na década de 1980, incentivando o desenvolvimento econômico da região.
Durante a década de 1970, houve a abertura de fazendas e a instalação de famílias de migrantes vindos, principalmente, dos estados da Região Sul e Nordeste. Diversas famílias assentaram-se à beira da estrada entre Diamantino e Utiariti. Com o fim da missão indígena, o local prosperou e tornou-se sede do distrito. A Lei Nº 5 315, de 4 de julho de 1988, de autoria do deputado estadual Jaime Muraro, criou o município de Campo Novo do Parecis, desmembrado do município de Diamantino.